segunda-feira, 16 de março de 2009

A Grande Dama da Canção Portuguesa

Maria de Lourdes Resende
A Grande Dama da Canção Portuguesa

Marfer MEL. 30-095-S
1969
LP

1. Não, Não e Não (Jerónimo Bragança / Nóbrega e Sousa)
2. Adufe (Arlindo de Carvalho)
3. Leiria (Silva Tavares / Belo Marques)
4. Mulher Pequenina (Belo Marques)
5. Agora Que Te Encontrei (António José / Nóbrega e Sousa)
6. Coradinhas (Folclore)
7. Beira Baixa (Folclore - arranjo: Belo Marques)
8. Dois Caminhos (Belo Marques)
9. Rosinha Moleira (Fernando Farinha / Alberto Correia)
10. Deserto (Belo Marques)
11. Entardecer (Hernâni Correia / Wolmar Silva)
12. O Amor Tem Destas Coisas (Arménio Silva)

Maria de Lourdes Resende: voz
Orquestra Marfer
José Santos Rosa: arranjos, direcção

Dona de uma das mais extensas e interessantes carreiras na área da canção ligeira, Maria de Lourdes Resende manteve-se no auge da popularidade durante praticamente vinte anos (de inícios da década de 1950 a inícios da de 1970), tendo, no entanto, continuado a cantar ainda depois do 25 de Abril de 1974. Este "A Grande Dama da Canção Portuguesa" marca um dos raros momentos em que a sua obra chega ao formato LP, através do selo espanhol Marfer. Com contrato com esta editora desde o ano anterior, a cantora tinha já gravado um EP com reportório da autoria do debutante Denis Manuel (um cantautor que nunca chegaria às edições em nome próprio, apesar de em finais desse ano de 1969 anunciar à imprensa que iria gravar um disco a partir da poesia de William Blake), mas a fórmula aqui é bem diferente e visava sem dúvida o sucesso certo. Assim, reunem-se uma série de temas já consagrados na voz de Maria de Lourdes Resende, anteriormente gravados para as casas Estoril e Valentim de Carvalho, e com as novas orquestrações de José Santos Rosa chega-se a um disco que tentava mostrar que os antigos "standards" o eram de facto. Composições como "Mulher Pequenina", "Entardecer", "Leiria", "Não, Não e Não", "Deserto" e "Adufe" (algumas delas novas) apresentam-nos a escrita de uma geração de autores que desapareceu após o 25 de Abril e que ainda hoje continua sem sucessores à altura. Por outro lado, Maria de Lourdes Resende bem que já merecia uma homenagem pública - um espectáculo televisivo, por exemplo. Podia ser que a ouvíssemos de novo cantar, passado tanto tempo - uma ideia apenas para um perpetuar da memória.

8 comentários:

Fantomas disse...

Tenho 2 discos dela, nunca os ouvi!!!

bissaide disse...

Quais são?

Fantomas disse...

Agora não sei!!! Não tarda vou para Madrid :). Quando voltar logo vejo!!!

Abraços

bissaide disse...

Pois é, tinhas-me dito. Bom passeio, aproveita isso e espero que tragas uns disquinhos! ;-)

OF disse...

Alguém sabe qual é a ligação de Maria de Lourdes Resende ao concelho de Albergaria-a-Velha

Na "Enciclopédia da Música Ligeira Portugal" (coordenada por João e Luís Pinheiro de Almeida) é referido que nasceu no Barreiro, em 29 de Janeiro de 1927, e que se iniciou nas cantigas em Alquerubim (freguesia de Albergaria)

Terá sido nas férias ou chegou a morar em Alquerubim ? Algum dos seus pais era de Alquerubim ?

bissaide disse...

Não conheço de facto as ligações da cantora a Albergaria-a-Velha. Algum leitor saberá?

Paulo Marques Photographia @ disse...

Tem este disco? Sou bisneto do Maestro Wolmar Silva, e tenho andado a procurar recordações ainda existentes da sua pessoa. As únicas que conheço, estão expostas ao público no Museu do Ar, em Alverca. Aguardo uma resposta da sua parte se possível e agradeço a sua compreensão.

bissaide disse...

Tenho o disco, sim.

Não sabia de haver peças ligadas ao maestro Wolmar Silva no Museu do Ar.

Onde o nome do maestro é várias vezes referido é na recente autobiografia do cantor Paulo Alexandre, "Duas Vidas numa Só", da Ésquilo.