segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Contos Velhos, Rumos Novos

José Afonso
Contos Velhos, Rumos Novos
Orfeu STAT 004
1969
LP

1. Bailia (Airas Nunes / José Afonso)
2. Oh! Que Calma Vai Caindo (Popular Malpica, Beira Baixa)
3. São Macaio (Popular Faial, Açores)
4. Qualquer Dia (Fernando Miguel Bernardes / José Afonso)
5. Vai, Maria Vai (José Afonso)
6. Deus Te Salve, Rosa (Popular Trás-os-Montes)
7. Lá Vai Jeremias (Popular Malpica, Beira Baixa)
8. No Vale de Fuenteovejuna (Lope de Vega - versão moderna: Natália Correia / José Afonso)
9. Era de Noite e Levaram (Luís Andrade / José Afonso)
10. Já o Tempo se Habitua (José Afonso)
11. A Cidade (José Carlos Ary dos Santos / José Afonso)

José Afonso: voz
Rui Pato: guitarra, marimbas, harmónica
Luís Filipe Sousa Colaço: 2ª guitarra
José Fortunato: cavaquinho
Adácio Pestana: trompa
Teresa Paula Brito: voz

Segundo álbum de José Afonso para o selo Orfeu, de Arnaldo Trindade, aqui se reunem alguns dos lugares-chave da obra do músico. Por um lado, as canções tradicionais (quatro, neste caso, todas bem conhecidas e cujas leituras viriam a ser determinantes na geração de grupos de recolha que surgiria uma década depois); por outro, a adaptação de poemas medievais ou renascentistas ("Bailia" e "No Vale de Fuenteovejuna", embora Camões acabasse por ser o autor preferido de José Afonso e de quem musicaria três poemas); por outro ainda, a composição sobre poemas de autores contemporâneos ("Qualquer Dia", "Era de Noite e Levaram", com o seu texto de dénúncia directa, e o elegíaco "A Cidade") e, por último e o mais comum na sua carreira, os temas com letra e música de sua autoria ("Vai, Maria Vai", em dueto vocal com Teresa Paula Brito, e "Já o Tempo Se Habitua"). Se não bastasse este leque de excelentes composições, há ainda o omnipresente (nesta fase) Rui Pato, o guitarrista Luís Filipe Colaço (ex-Álamos, grupo pop rock de Coimbra) e Adácio Pestana (irmão mais novo de Duarte Pestana - autor da música "Angola É Nossa" - e tragicamente desaparecido na sequência de um acidente de automóvel em 2004). Que o tempo nunca se habitue a deixar passar ao lado obras deste calibre!

1 comentário:

Edward Soja disse...

Eu acho que esta capa é bem mais gira que a das reedições.

Um dia, se isso acontecer, será com esta (e com a original do "Cantares do Andarilho") que os futuros digipacks da obra integral do Zeca (incluindo o tal disco das canções esquecidas...) serão editados.

E que ninguém me autorize a que isto seja um sonho pessoal: é uma questão de justiça.